O verão já terminou mas, quem diria, foi nesse comecinho de outono que uma ventania me deu um susto. Embora eu tenha dado uma boa caprichada nos escoramentos, o vento acabou derrubando duas das escoras ao mover uma das paredes da casa. A boa notícia é que os pontos de apoio eram oito, então no final das contas nada da casa desabou.
Serviu como alerta para que durante a desmontagem eu capriche mais no escoramento. O que me impressionou, foi o fato das escoras terem escapado de um encaixe de uma polegada, ou seja, balançou pra caramba!
P.S. Estou negociando a madeira mais comprida (6,5 metros) e assim que eu fechar o negócio a obra vai ganhar velocidade!
Enxaimel
quinta-feira, 5 de abril de 2012
quarta-feira, 21 de março de 2012
Balança mas não cai!
Uma das minhas maiores preocupações era a chegada das chuvas agora no outono. Se nada fosse feito pela minha casa, certamente eu teria que recolher os escombros em algum sábado chuvoso. Com o peso das telhas encharcadas tudo viria abaixo.
Nessa primeira fase eu removi alguns móveis da sala, evitando que eles ficassem expostos à água das goteiras (cascatas?) que há na casa. A surpresa foi um guarda-roupas (par do que tenho aqui) que apesar de 10 anos sob a goteira estava perfeito e a roupa dentro dele, intacta! Que qualidade!!! Descobri também que minha avó comprou o par de guarda-roupas em 1943, como parte do enxoval de casamento. A nota de entrega estava colada no fundo da peça!
Na cozinha eu ainda não mexi porque há risco de desabamento imediato. Precisarei montar uma estrutura independente da casa que suporte o telhado, para depois poder trabalhar ali. De toda forma, há um armário com muita louça, um fogão à gás e outro à lenha em perfeito estado, além de uma mesa e um banco esperando os serviços de um marceneiro caprichoso. A sujeira ficará ali até que seja seguro entrar na cozinha.
Uma foto de perto mostra que o reboco está dando adeus. Não encontrei uma única área em que ele estivesse firmemente preso à parede. É feito apenas de argila. Já estou pensando como será difícil convencer o pedreiro a não utilizar cimento...
O escoramento das vigas da sala era outra preocupação que eu tinha. Especialmente depois que uma das vigas desmanchou quando eu simplesmente puxei um barbante (!) que estava preso nela. A viga que aparece no fundo da foto está apenas pendurada no assoalho, que por sua vez está pendurado em alguma entidade sobrenatural. É difícil acreditar que isso não tenha caído ainda. Está precário ainda, mas já consigo dormir tranquilo.
A foto abaixo mostra apenas o escoramento da varanda (a viga rompeu e estava pendurada pelas ripas) e da lateral. A parede lateral também foi escorada. Ela está cerca de 15 cm inclinada e "embarrigada" no centro, mas estou tranquilo apesar disso. O incrível é que a taxa de acerto na hora de pregar as escoras foi péssima, traduzindo, a madeira é tao dura que entortei pelo menos a metade dos pregos. E olhem que tenho uma certa prática na carpintaria.
Dentro dos móveis o óbvio... Documentos antigos e coisas incríveis que já estão muito bem guardadas e terão o merecido destino. Posso dizer, por exemplo, que minha avó foi batizada em 18 de março de 1918... Imaginem tudo o que tem lá...
Nessa primeira fase eu removi alguns móveis da sala, evitando que eles ficassem expostos à água das goteiras (cascatas?) que há na casa. A surpresa foi um guarda-roupas (par do que tenho aqui) que apesar de 10 anos sob a goteira estava perfeito e a roupa dentro dele, intacta! Que qualidade!!! Descobri também que minha avó comprou o par de guarda-roupas em 1943, como parte do enxoval de casamento. A nota de entrega estava colada no fundo da peça!
Na cozinha eu ainda não mexi porque há risco de desabamento imediato. Precisarei montar uma estrutura independente da casa que suporte o telhado, para depois poder trabalhar ali. De toda forma, há um armário com muita louça, um fogão à gás e outro à lenha em perfeito estado, além de uma mesa e um banco esperando os serviços de um marceneiro caprichoso. A sujeira ficará ali até que seja seguro entrar na cozinha.
Uma foto de perto mostra que o reboco está dando adeus. Não encontrei uma única área em que ele estivesse firmemente preso à parede. É feito apenas de argila. Já estou pensando como será difícil convencer o pedreiro a não utilizar cimento...
O escoramento das vigas da sala era outra preocupação que eu tinha. Especialmente depois que uma das vigas desmanchou quando eu simplesmente puxei um barbante (!) que estava preso nela. A viga que aparece no fundo da foto está apenas pendurada no assoalho, que por sua vez está pendurado em alguma entidade sobrenatural. É difícil acreditar que isso não tenha caído ainda. Está precário ainda, mas já consigo dormir tranquilo.
A foto abaixo mostra apenas o escoramento da varanda (a viga rompeu e estava pendurada pelas ripas) e da lateral. A parede lateral também foi escorada. Ela está cerca de 15 cm inclinada e "embarrigada" no centro, mas estou tranquilo apesar disso. O incrível é que a taxa de acerto na hora de pregar as escoras foi péssima, traduzindo, a madeira é tao dura que entortei pelo menos a metade dos pregos. E olhem que tenho uma certa prática na carpintaria.
Dentro dos móveis o óbvio... Documentos antigos e coisas incríveis que já estão muito bem guardadas e terão o merecido destino. Posso dizer, por exemplo, que minha avó foi batizada em 18 de março de 1918... Imaginem tudo o que tem lá...
domingo, 4 de março de 2012
Primeiras Imagens...
Tentei esperar uma semana pra fotografar a casa, mas fui vencido pelo entusiasmo de principiante. A maior perda durante o restauro da casa certamente serão os quatro quadros pintados diretamente sobre a parede. Um exemplo é o quadro que decora a sala de estar, como se pode ver abaixo.
Mas se isso parecia ruim é porque ainda nao tínhamos olhado a cobertura da cozinha. Ali a coisa está pra lá de complicada. Lembro que com a casa já fechada, por volta de 2004 decidimos escorar uma viga que começava a envergar. Só que nos anos seguintes ninguém mais entrou na casa e há 20 dias, quando fui espiar as coisas, quase tive um infarto. Essa área será a primeira a passar pelo processo de escoramento - desmontagem - restauro.
Ainda na sala de estar, mas no lado oposto, "coroando" outros dois quadros é possível ver o que 10 anos de vazamento num telhado podem fazer. Acreditem, isso só está de pé porque os encaixes das vigas foram muito bem executados e seguraram o tranco. Numa casa convencional já teríamos um colapso total da cobertura.
A parte externa também está ruim, mas ainda apresenta aspecto muito melhor que o interior. Aqui o ditado "quem ve cara, nao ve coraçao" serve como uma luva. Mas a graça da coisa é justamente provar que tudo é possível na engenharia...
sábado, 3 de março de 2012
Canteiro de obra
Uma das etapas mais chatas da obra é instalar o canteiro e permitir que os trabalhos iniciem com desenvoltura. Dentro da casa existem ainda alguns móveis, como mesas, guarda-roupas, cristaleiras e sofás. Como a intenção é recuperar todos tive que providenciar um depósito. Durante essa semana construí nas horas vagas um depósito de 15m² onde os móveis ficarão por um bom tempo. Na quinta-feira chegaram as primeiras escoras e material para reforçar os pontos críticos da casa. Se o domingo amanhecer com tempo bom, vou escorar a varanda e a sala, além de retirar parte da mobília. As etapas seguintes ainda estão sendo planejadas porque, acreditem, é uma obra complicada em relação ao que se vê no dia-a-dia.
Na próxima semana posto fotos do início dos trabalhos.
Na próxima semana posto fotos do início dos trabalhos.
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Mein Fachwerkhaus
Uma casa enxaimel caindo aos pedaços, lembranças de uma infância maravilhosa e um engenheiro-faz-tudo que resolveu colocar à prova seus conhecimentos da faculdade. A união desses elementos floresceu na forma de um projeto de restauração ambicioso. Primeiro porque do ponto de vista técnico, a obra já é bastante complexa pelo seu estado de (não) conservação. Segundo, e mais importante, porque me propus a fazer a recuperação de toda a casa sozinho.
Com poucos recursos e com tempo escasso, evidentemente será uma obra demorada, mas quem tiver paciência e confiança está convidado a acompanhar essa aventura.
Todo o processo será documentado da forma mais detalhada possível e faço questão de disponibilizar aqui toda informação que conseguir reunir.
Espero encorajar mais pessoas a encarar esse desafio, que é manter viva a história dos nossos antepassados.
Vitor Luis Wagner, Engº Civil - Fev/2012.
P.S. Aos que torceram o nariz quando falei em fazer tudo sozinho, saibam que minha família historicamente viveu da carpintaria, e tenho boa experiência com trabalhos em madeira, tanto na prática como na elaboração de projetos, já depois de formado.
A única etapa na qual tenho pouca experiência é a execução da alvenaria e do reboco - com argamassa de cal - mas certamente posso aprender, como todo pedreiro já aprendeu uma vez na vida.
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